V – COMPLEXO HOSPITALAR

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PROGRAMA

V – COMPLEXO HOSPITALAR

 O Complexo Hospitalar (CH) da UFRJ é uma estrutura média da universidade composta pela integração funcional das nove unidades, órgãos suplementares de serviços e institutos especializados do Centro de Ciências da Saúde que prestam assistência de saúde a pacientes ambulatoriais ou internados e atuam em ensino, pesquisa e extensão: Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), Hospital Escola São Francisco de Assis (HESFA), Maternidade Escola (ME), Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG), Instituto de Neurologia Deolindo Couto (INDC), Instituto de Psiquiatria da Universidade do Brasil (IPUB), Instituto de Ginecologia (IG),  Instituto de Doenças do Tórax (IDT), Instituto do Coração da Edson Saad (ICES).

A estrutura organizacional / administrativa do CH possui um Conselho Deliberativo do CH-UFRJ com a participação das 9 unidades executoras hospitalares e das 10 unidades acadêmicas de diversos centros da UFRJ[1]. O objetivo é assegurar a integração acadêmica e funcional entre as unidades acadêmicas que necessitam utilizar as instalações assistenciais para suas finalidades de ensino-pesquisa-extensão.

Desde 2010, quando foi iniciada a discussão sobre a entrega da gestão dos Hospitais Universitários para a EBSERH toda a gestão do CH foi paralisada, voltando à situação anterior de gestão fragmentada e sem cooperação orgânica entre as unidades hospitalares e as unidades acadêmicas, apesar da decisão do Conselho Universitário de executar a instalação do Complexo Hospitalar.

 

  1. A importância do Complexo Hospitalar e de Saúde da UFRJ e a necessidade de retomar a sua execução.

A criação do Complexo Hospitalar da UFRJ possibilitou uma importante inovação para a gestão dos hospitais universitários e para o SUS. Quando efetivamente implementado permitirá uma nova forma de funcionamento integrado de unidades acadêmicas de áreas diversas, para que possam cumprir com qualidade suas atribuições nas áreas de ensino, pesquisa, extensão, assistência em saúde e gerenciamento/administração e possibilitará que a UFRJ possa resgatar a liderança na formação da área de saúde.

A concepção administrativa que orienta o conceito de Complexo Hospitalar é a operação em rede, o que significa interligação entre partes autônomas, com interdependência entre elas. Os princípios de funcionamento de um sistema complexo dinâmico adaptativo (SCDA) possibilitam: a) criar condições nas quais o sistema possa evoluir naturalmente ao longo do tempo; b) estabelecer regras simples e poucas especificações; c) criar espaço para que a criatividade natural possa emergir de ações locais dentro do sistema.

 

  1. Diretrizes para reativar o funcionamento pleno do Complexo Hospitalar da UFRJ:

(1) Busca da Qualidade social: O paciente, o indivíduo que necessita de cuidados de saúde e o estudante, o indivíduo que está sendo formado para ser um cidadão, são o foco ou objetivo de todas as ações.

(2) “Eticidade”: A organização de um sistema de saúde interno da UFRJ, com extenso inter-relacionamento com o sistema de saúde externo (SUS) e com a sociedade, tem que estar pautada na “Eticidade” e na busca da compreensão do funcionamento desse sistema complexo visando à modelagem do mesmo utilizando modelos adaptáveis a esses tipos de sistemas não lineares, para que busquemos alto grau de inovação.

(3) Direção colegiada: Participação conjunta das unidades assistenciais e acadêmicas na direção colegiada e manutenção da autonomia das mesmas, com o compromisso de construção de um planejamento conjunto.

(4) Interdependência entre as unidades assistenciais e as unidades acadêmicas.

(5) Estabelecer estruturas de ligação e coordenação com outras unidades da UFRJ.

(6) Estabelecer estruturas de ligação com o SUS e com o Sistema de Ciência e Tecnologia.

(7) Utilização de recursos de alta tecnologia para comunicação entre as unidades e entre essas e o Sistema de Saúde (Telessaúde).

(8) Criar sistema de informação e de custos que permitam a constante avaliação do sistema e planejamento conjunto das necessidades futuras. O sistema de informação visa não apenas dados gerenciais, mas informações que sejam úteis para o cuidado ao paciente e para a pesquisa.

(9) Necessidade de rever as áreas de atuação dos Institutos especializados, tendo por base os dados epidemiológicos ou os problemas de saúde do País definidos como prioritários para facilitar a interação entre conhecimentos diversos e que se tocam mais estreitamente. Isto significa reconhecer a importância e a necessidade de a universidade oferecer respostas aos principais problemas de saúde do país, congregando seu pessoal, das mais diversas áreas de conhecimento, em institutos com a finalidade de propor soluções para tais problemas. A criação de massa crítica é fundamental para que isto possa ser alcançado. A Universidade necessita definir sua especialização institucional, ou seja, as áreas em que deseja ou precisa ser forte, tendo por base os problemas do País, no caso, na área de saúde.

(10) Funcionamento e Planejamento integrado da área acadêmica e da área assistencial – criando unidades funcionais acadêmicas intra-hospitalares.

(11) Manutenção do conceito de integração docente assistencial (ensino em serviço);

(12) Garantir a Complementaridade de serviços assistenciais, com definição de responsabilidades de cada unidade ou órgão do sistema.

(13) Interdisciplinaridade e equipes multiprofissionais – Criar condições de prática clínica para que os princípios de Interdisciplinaridade e de formação de equipes multiprofissionais possam ocorrer;

(14) Integração entre a pesquisa pré-clínica e clínica;

(15) Desenvolvimento de novos modelos bioestatísticos e de modelagem computacional de sistemas complexos.

 

  1. Os ganhos sistêmicos da implantação efetiva do Complexo Acadêmico-Hospitalar

(1) Relacionamento integrado com o Sistema de Saúde

As unidades mantêm sua individualidade, mas a UFRJ é que oferta os serviços ao sistema de saúde e não cada unidade isolada. A oferta de serviços ao SUS é certamente ampliada possibilitando contratualização única. As unidades passam a atuar dentro de um planejamento único, com racionalização do uso de recursos. Os serviços existentes em cada unidade passam a ser utilizados por todos.

 

(2) No Ensino

  1. a) Aumento do número de leitos e de pacientes ambulatoriais para ensino em serviço. Será possível ampliar o número de alunos, mantendo-se a qualidade da formação dos alunos de graduação e de pós-graduação, incluindo a residência médica e multiprofissional.
  2. b) Promoção da interdisciplinaridade e da formação com base nos principais problemas de saúde do país.
  3. c) Possibilidade de o aluno interagir com equipe multidisciplinar e multiprofissional e contato mais estreito de aluno/professor/preceptor.
  4. d) Maior contato dos alunos com as equipes de pesquisa e, portanto, maior formação de futuros pesquisadores.

 

(3) Na Pesquisa

  1. a) Aumento do número de pacientes com as doenças mais prevalentes na sociedade e consequente formação de massa crítica com maiores possibilidades de estudos destas doenças;
  2. b) Maior integração entre a pesquisa clínica e pré-clínica através de programas interinstitucionais, interdisciplinares e multiprofissionais, tendo por base os principais problemas de saúde do país;
  3. c) Estreita colaboração com o SUS através do sistema de regulação que possibilite a construção de uma base de dados de melhor qualidade, possibilitando o desenvolvimento de pesquisas úteis para o sistema de saúde, especialmente a avaliação tecnológica em saúde;
  4. d) Fortalecimento da capacidade de captação de recursos de pesquisa pela força institucional;
  5. e) Manutenção do caráter público das pesquisas, afastando, assim, a possibilidade de se utilizar a universidade pública –UFRJ – para atender a entes heterônomos.

 

(4) Na Extensão

  1. a) Oferta à sociedade de recursos da moderna tecnologia em saúde e pessoal altamente qualificado. Maior abrangência dos serviços ofertados;
  2. b) Complementaridade de serviços possibilitando melhor utilização das facilidades existentes e consequente redução de custos pela otimização do uso;
  3. c) Melhoria da qualidade dos serviços;
  4. d) Ampliação da oferta de cursos de atualização para profissionais de saúde e áreas afins;
  5. e) Possibilidade de desenvolvimento de programas de prevenção de doenças em comunidades pré-definidas; e
  6. f) Desenvolvimento das aplicações da telemedicina.

 

(5) Na Gestão

  1. a) O Complexo Hospitalar e de Saúde da UFRJ é a unidade orçamentária única para todas as unidades componentes do Complexo possibilitando planejamento orçamentário conjunto.
  2. b) As unidades hospitalares passam a ter Orçamento e não apenas recursos da prestação de serviços. Cada unidade componente é uma unidade gestora de sua parte do orçamento;
  3. c) Ganha-se em escala e planejamento na compra de materiais;
  4. d) Racionalização dos recursos evitando-se duplicação dos mesmos;
  5. e) Complementaridade de serviços assistenciais prestados nas unidades hospitalares;
  6. f) Definição e dimensionamento racional do quadro de pessoal para o conjunto de unidades;
  7. g) Reforça-se a atuação gerencial da Universidade na área hospitalar.
  8. h) Demonstra-se a capacidade de inovar, como é próprio de uma universidade, e a importância dos hospitais universitários para o sistema de saúde e formação de pessoal de diversas áreas de conhecimento.

[1]                     Faculdade de Medicina; Escola de Enfermagem Ana Nery; Escola de Serviço Social; Faculdade de Farmácia; Instituto de Nutrição Josué de Castro; Faculdade de Odontologia; Instituto de Psicologia; Escola de Educação Física e Desportos; Instituto de Estudos em Saúde Coletiva; Instituto de Ciências Biomédicas.